terça-feira, 12 de setembro de 2017

O ENIGMÁTICO VOO DAS ARMAS.



O ENIGMÁTICO VOO DAS ARMAS.

A trovoada mediático-política desencadeada, pelo facto de o Ministro da Defesa ter admitido publicamente que o desaparecimento de armas ocorrido em Tancos, podia não ter tido como causa um assalto, é um pouco vesga , na medida que olha tudo para um lado e nada para o outro.
O próprio Presidente da República se viu obrigado a uns murmúrios ambíguos, como se quisesse evitar que o acusassem de ter ficado calado.
E, no entanto, quando eclodiu a bronca , em separado os "capitães de Abril" Vasco Lourenço e Sousa e Castro disseram publicamente algo de semelhante, mas muito mais clara e argumentadamente. Ficaram sem resposta pública. O silêncio mediático que rodeou essa posição apenas foi rompido num ou dois casos isolados. Os políticos trovejantes que flagelavam o Governo quanto a isso disseram nada.


Que se ache necessário o apuramento da verdade é legítimo e não há quanto a isso divergências. Mas que a verdade apenas seja admitida se confirmar o acerto da sofreguidão antigovernamental da direita e seus acólitos, é que parece ilegítimo.
Não havendo ainda conclusões finais críveis e conhecidas, não se compreende porque se considera algo de politicamente negativo mencionar um tipo de resultado que nada até agora permite excluir por completo.


É aliás estranho que esta hipótese tenha sido ignorada; e seja até considerada como proibida. É que se o que tivesse acontecido fosse uma montagem politico-mediática que ficcionasse um assalto inexistente para pôr em cheque o Governo, nós estaríamos perante uma conspiração política muitíssimo mais grave do que um assalto a um paiol de munições. 


Por que razão os intemeratos cultores da verdade se desinteressam subitamente dela, quando se levanta a hipótese de ter ocorrido uma grave conspiração política antidemocrática?


Por isso, vos confesso que este alarido contra o Ministro da Defesa me deixou desconfiado. 


Alguém quer evitar que se alvitre a hipótese de um falso roubo como parte de uma conspiração política. Investigue-se essa hipótese. Se a hipótese se não confirmar e se chegar á conclusão de que houve realmente um assalto, muito bem. A versão inicial aparente estava certa. Mas perante tanto ruído quem realmente for um servo fiel da verdade , de toda a verdade, só pode congratular-se com a exploração dessa hipótese. Ou será que já o foi e nós ainda não sabemos? Insisto: muito mais grave do que um assalto a um paiol de armas , é uma conspiração anti-democrática.

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